Gente grande.

Dezoito anos. Como passou depressa. Parece que foi ontem que desejei ter quinze anos. Na verdade eu sempre quis ter alguns anos a mais. Eu criava a ideia de que certa idade era perfeita, que aconteciam coisas perfeitas, me baseava nos filmes. Me imaginava aos quinze anos linda, cercada de garotos e cheia de atitude. Muito clichê!

Aos quinze anos, percebi que não era nada disso. Vi que era uma das fases mais complicadas. É a fase em que mais amamos, sofremos, nos aventuramos, amamos de novo, e novamente, vamos dormir chorando jurando nunca mais amar alguém. É, foi bom enquanto durou. Mas passou.

Finalmente os dezoito. Acho que quando vamos nos aproximando dessa idade começamos imaginar diversas coisas. A ideia de ser responsável por si mesmo, ter autoridade para decidir onde ir, que horas voltar, fazer tudo sem precisar que alguém assine algo. Ter dezoito anos é um sonho! Mas lá no fundo, a gente sempre espera um 'algo a mais'. Comigo pelo menos foi assim. Imaginava a emoção do momento, o exato momento que eu estaria completando dezoito anos.

Na hora, meia noite em ponto. Quando comecei receber mensagens de parabéns, não senti nada. Na verdade já não sentia ansiedade nenhuma meses antes. Eu espera uma transformação em mim de uma hora pra outra. Mas isso é idiotice, imaginar que por questão de minutos vamos nos transformar num ser mais maduro.

Eu amadureci, cresci, criei juízo, mas tudo aos poucos, no tempo certo. Entre os dezesseis e dezessete anos criei a mentalidade de um jovem adulto. Comecei pensar no futuro, e me preocupar com ele. Levei as coisas mais a sério e botei em prática planos que eu não me importava tanto.

É, eu cresci. Talvez por isso não veja mais grande diferença em fazer dezoito anos. Continuo sendo a mesma garota de ontem, de alguns meses atrás, e talvez isso só mude daqui a sei lá quantos anos. A diferença é que agora sou titular dos meus cartões de crédito, sou obrigada a votar e sou considerada uma adulta. Apesar de as vezes não me sentir assim.